Organização de mídia, pesquisa e educação sem fins lucrativos que atua por justiça socioambiental e climática por meio de uma perspectiva ecofeminista.

pesquise nos temas abaixo

ou acesse as áreas

apoie o modefica

Somos uma organização de mídia independente sem fins lucrativos. Fortaleça o jornalismo ecofeminista e leve a pauta mais longe.

5 Projetos Que Sugerem A Troca Ao Invés Da Compra E Do Descarte Para Um Consumo De Moda Mais Consciente

Publicada em:
Atualizada em:
Texto
  • Marina Colerato
Imagens

Reprodução

4 min. tempo de leitura

Queremos roupa barata (ou cara, dependendo da sua conta bancária) e queremos com frequência. Queremos a tendência, o sapato recém saído das passarelas ou o vestido da mocinha da novela das 20hr. O que nós queremos vai variar de acordo com a nossa realidade, mas, em se tratando de moda, nós todos queremos algo em comum: o novo. Descartar e comprar, esse é o ciclo.

Queremos roupa barata (ou cara, dependendo da sua conta bancária) e queremos com frequência. Queremos a tendência, o sapato recém saído das passarelas ou o vestido da mocinha da novela das 20hr. O que nós queremos vai variar de acordo com a nossa realidade, mas, em se tratando de moda, nós todos queremos algo em comum: o novo. Descartar e comprar, esse é o ciclo.

A indústria, claro, está pronta para não só saciar nossa vontade, mas também gerar demanda. São 80 bilhões de peças consumidas no mundo por ano1Fonte: Moda Ética Para Um Futuro Sustentável, Helena Salcedo. Ed. GG Brasil. e no Brasil a produção das confecções gira em torno de 9 bilhões de peças no mesmo período. Como consequência dessa produção bilionária, temos um gasto imenso de recursos naturais além de gerarmos toneladas de lixo. Nem precisa assistir The True Cost para saber disso, basta dar uma volta no Bom Retiro qualquer dia da semana bem cedo para se deparar com um pouquinho dessa realidade ao ver tecidos e mais tecidos espalhados pelas esquinas.

Em busca de desafiar a lógica do descarte e da compra, iniciativas que propõe a troca estão surgindo pelo mundo. E trocar é muito mais fácil do que vender, afinal, quem já vendeu coisa usada no Enjoei ou em qualquer brechó sabe que não é lá uma das melhores experiências da vida. A ideia é simples: a roupa vira moeda de troca, ao mesmo tempo que sacia a vontade do novo. O que uma pessoa tem no armário e não usa pode ser a nova peça queridinha para aquele look certeiro de alguém. O melhor disso tudo é que não há peça de roupa mais sustentável do que aquela que já existe, então o desafio de poupar recursos naturais para produção e logística está cumprido.

Abaixo, contamos para você sobre 5 iniciativas brasileiras – e criadas por mulheres – que estão repensando o consumo e facilitando a troca.

Roupa Livre

Nós já falamos do Roupa Livre por aqui e de lá pra cá o projeto evoluiu bastante e saiu em diversas mídias. A última empreitada da Mari Pelli, a cabeça do negócio, é o aplicativo de troca, o Roupa Livre App, financiado coletivamente. A ideia é “facilitar o match entre quem quer trocar roupas usadas”. Ainda não foi ao ar, está em desenvolvimento. Mas fica de olho para baixar quando rolar.

Tradr

Para além da moda, a startup de Jéssica Behrenscom com foco em economia colaborativa nasceu no Brasil, mas foi incubada em Harvard. Inclusive, foi a primeira startup brasileira a ser incubada no Laboratório de Inovação de Harvard. A ideia do Tradr é colocar pessoas que queiram trocar, vender e comprar em contato. O app se propõe a construir uma rede social de economia colaborativa e ligar amigos e vizinhos por meio de suas coisas usadas. O objetivo é dar uma cara nova, e tecnológica, às tradicionais feiras de troca e brechós. Você já consegue baixar o aplicativo para IOS e Android.

Trocaria

O Trocaria se define como um movimento de troca. Eles organizam bazares e encontros onde cada peça vale uma outra peça. Nas chamadas “clothing swap parties” a troca é feita diretamente entre as pessoas donas das roupas, então dá até pra contar para os futuros donos a história daquela peça ou o porquê você está passando ela pra frente. Em maio desse ano, o Trocaria lançou, em parceria com pequenas marcas, uma coleção de roupas feitas para o compartilhamento. Não dá pra comprar, nem pra ficar com a peça pra sempre; a ideia é pegar emprestada e repassar adiante em até duas semanas. Você consegue achar as peças pelo Instagram por meio da #MaisAmorMenosRoupa. Eles afirmam que já foram 4 mil peças trocadas e 4 mil peças doadas para a Associação Comunitária Monte Azul nos eventos de troca promovidos.

Projeto Gaveta

O Projeto Gaveta tem o conceito dos encontros de troca de roupas, mas a logística é um pouco diferente. As peças são disponibilizadas em formato de loja pop-up e o ‘pagamento’ é feito de acordo com sua quantidade de créditos. Funciona assim: você separa as peças que não quer mais e entrega no ponto de coleta. Suas peças são avaliadas pela equipe do Gaveta e dias depois você recebe a informação da quantidade de créditos que você terá para usar e o horário que você deve comparecer na pop-up para trocar seus créditos por outras peças. Lá dentro, as peças ficam penduradas em araras e você pode pegar e provar tudo que quiser. Depois de escolher, você passa no ‘caixa’, eles conferem se sua quantidade de crédito ‘paga’ as peças que você está levando e pronto. Peças novas para o seu guarda-roupa. As peças que não são trocadas, ou não passam na curadoria, ficam guardadas para o Gaveta Na Rua, projeto que visa montar ‘lojas pegue o que quiser’ para moradores de rua.

Trocaderia

Assim como o Trocaria, o Trocaderia celebra a troca de pessoa para pessoa. Em alguns eventos, além da troca, é possível encontrar itens a preços bem amigos. Tem que ficar de olho para saber sobre as edições e colocar o nome na lista para poder participar. Para saber mais detalhes, é só entrar no site. O próximo evento do Trocaderia rola esse sábado, 18, em São Paulo.

* * *

Jornalismo ecofeminista a favor da justiça socioambiental e climática

Para continuar fazendo nosso trabalho de forma independente e sem amarras, precisamos do apoio financeiro da nossa comunidade. Se junte a esse movimento de transformação.