Representatividade Importa: 10 Cantoras Negras Brasileiras Para Curtir e Se Inspirar

Você já deve ter ouvido sobre a importância da representatividade de ‘minorias’ na mídia, na música, nas artes, na publicidade, nos brinquedos de crianças. Mas já parou para pensar no que isso quer dizer na prática? Uma forma de entender a importância da representatividade é observar a cultura pop e, principalmente, a indústria mundial da música.
É fácil notar ícones como Madonna e Lady Gaga, por exemplo, como fortes representações para a comunidade LGBT não só por conta de suas canções mais emblemáticas, Express Yourself e Born This Way respectivamente, mas também por suas ações e discursos, responsáveis por transmitir mensagens de empoderamento, aceitação e amor próprio.
Pelo mesmo motivo é tão inspirador ver mulheres negras, como Rihanna e Nicki Minaj, ganhando fama, reconhecimento e até mesmo dinheiro, mostrando que mulheres negras podem ser muito mais do que estereótipos criados pela mídia (e sociedade). É empoderador ver mulheres parecidas com você se sentindo bonitas como são. Num mundo em que as mulheres negras têm menos oportunidade de emprego e capacitação, é encorajador ver exemplos de que é possível ter sucesso e falar o que pensa.
Por isso acaba sendo ainda mais significativo quando uma diva do pop assume publicamente uma postura ativista (mesmo que elas não sejam obrigadas à isso), desafiando a sociedade e a própria indústria, como tem feito Beyoncé em seus últimos trabalhos e como fez Nina Simone há muitos anos.
Com seu lançamento mais recente, Beyoncé repetiu a fórmula do último álbum visual e homônimo, entregando uma obra de arte chamada “Lemonade”. No filme e nas letras do álbum, Beyoncé mantém a postura feminista ao mesmo tempo que desabafa sobre relacionamentos, sempre do ponto de vista da mulher negra e, obviamente, o álbum também tem muito espaço para o debate sobre racismo e resistência.
Bey e Nina Simone são grandes exemplos, mas apenas duas entre muitas outras cantoras que usam a fama e a arte para falar de questões raciais e feministas. Hoje, é fácil pensar em Erykah Badu, Alicia Keys, Lauryn Hill, Ciara, Solange Knowles, Jennifer Hudson, Missy Elliot, Zoe Kravitz, Zendaya… E, claro, graças à internet, sempre se pode buscar os clássicos de Diana Ross, Ella Fitzgerald, Aretha Franklin, Billie Holiday, Whitney Huston, Janet Jackson, Tina Turner…
A escritora e ativista negra Stephanie Ribeiro tem postado, desde o lançamento de Lemonade, algumas músicas performadas por artistas negras e, de algum modo, são manifestos contra opressões diárias. Dá uma conferida na página dela no Facebook para ver suas dicas.
Porém, como sempre, há uma tendência de olhar para fora do Brasil, quando procuramos este tipo de representatividade. Ao observar o cenário musical brasileiro atual, é possível encontrar artistas igualmente empoderadoras e que estão ainda mais próximas de sua realidade como mulheres negras.
No fim das contas, a representatividade, tão procurada e valorizada, está mais perto de nós. E esta lista pode comprovar.
1. Tássia Reis
Em uma parceria recente com a banda instrumental Aeromoças e Tenistas Russas, Tássia conseguiu mostrar ainda mais sua qualidade vocal e musical ao conduzir os meninos para dentro do seu universo, mas sem fazê-los perder a própria personalidade. O Modefica conversou com todo mundo antes do show no Sesc Bom Retiro e você pode ver a reprise do nosso LIVE aqui.
2. Janine Mathias
3. Mahmundi
4. Ludmilla
Vaidosa, ela está sempre mudando de visual, o que lembra até um pouco de Rihanna, de quem a cantora é fã declarada. Mas, aparentemente, nada está bom quando se é negra. Se é afro “não pode”, se é liso ou tingido, mais críticas. Para você ter uma ideia, na pesquisa para esta matéria, joguei “Ludmilla + cabelo” no Google e a ferramenta completou com as palavras “ruim” e “bombril”. Ainda bem que a cantora sempre rebate comentários e mostra resistência. Vai ter negra usando o cabelo que ela quer, viu gente?
5. D’Origem
6. Candy Mel (Mel Gonçalves)
7. MC Carol
Logo as composições de Carol de Niterói estavam servindo de estudos História. Ainda tem as postagens da MC Carol em sua página oficial no Facebook, onde ela “levanta a bandeira” do feminismo, da inclusão social e debate sobre espaço e representação para mulheres negras e plus size.
8. Karol Conká
Mas o foco dela tem sido o ativismo. Ela sempre aproveita a popularidade para falar sobre feminismo e racismo. Um dos momentos mais ‘tombadores’ de Karol foi quando, ao lado de MC Carol, falou sobre igualdade de gêneros durante sua apresentação para uma platéia enorme no Lollapalooza.
9. MC Soffia
Soffia impressiona e já tem Karol Conká como madrinha e apoiadora de seu trabalho. Quem também a apoia é o público na internet, responsável ajudar a garotinha a lançar o primeiro clipe por meio de financiamento coletivo. Se ela já causa assim nessa idade, imagina quando crescer?
10. Elza Soares
Esta lista é, com certeza, muito inspiradora. Mas estamos sempre aceitando mais sugestões. Que tal continuarmos as indicações nos comentários?
Update: Post atualizado em 28/04 às 10:04.
Imagem Capa: Karol Conká // Reprodução