era uma vez...

Uma pequena grande história de terror

“Se você não usar agrotóxicos, sua plantação não vai dar frutos...”

O vilão protagonista desse filme foi o conglomerado de corporações multinacionais que produzem veneno.

O vilão coadjuvante da trama foi, claro, o Governo Federal, que condicionou o crédito rural à compra do "pacote do veneno", disfarçando este como uma ferramenta para "modernização do campo”.

Não podemos esquecer, porém, do roteirista que garante uma boa fluidez para a história: o Banco Mundial e o FMI, que amarraram créditos financeiros aos países do Norte à adesão à Revolução Verde.

Mais importante que vender veneno era acabar com agricultura de subsistência e privatizar não só as terras, como as relações de propriedade.

Nessa trama, a Branca de Neve cai no golpe da maçã envenenada com agrotóxico, e os pais da Rapunzel são amaldiçoados por querer comer o repolho que seria exportado.

Em outras palavras, agricultoras e agricultores foram rapidamente cooptados para dentro desse novo modelo de produção.

Essa história conta uma realidade que todos bem conhecemos: como o campo se "modernizou", mas essa modernização significou:

concentração de terra, queda na produção de alimentos e aumento da produção de commodities, diversas doenças ocasionadas pelo contato com agrotóxicos direta ou indiretamente e alta dependência de corporações multinacionais.

No Paraná, por exemplo, dados de 2015 a 2019 revelam quase 1.717 casos de intoxicação por agrotóxicos. É frequente também que agricultoras percam suas culturas pela contaminação de suas culturas por agrotóxico via ar.

Veneno No Ar: No Paraná, Casos de Contaminação Por Agrotóxicos Chega a Quase Um Por Dia

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