Produção de Eucalipto e a Violência de Gênero no Vale da Miséria
Com a promessa de fomentar a economia
e o ‘progresso’, as plantações de eucalipto chegaram às cidades
de Capelinha, Itamarandiba, Minas Novas, Turmalina, e Veredinha, no Vale do Jequitinhonha na década de 1970.
Após 50 anos, o cenário é outro...
Grotas secas, solo desgastado e uma uma população adoecida devido ao uso indiscriminado de agrotóxicos nas plantações.
A Aperam Bioenergia, responsável por operar as plantações, declarou lucro líquido de R$ 1,95 bilhões no 1º semestre de 2021.
Enquanto isso, moradores locais vivem a realidade
de falta de emprego, êxodo rural e condições climáticas e ambientais adversas para manter a agricultura de subsistência.
Existe ainda uma série de impactos vividos pelas mulheres da região.
Com a chegada
das empresas de eucalipto, o número de homens na região cresceu, aumentando a sensação de insegurança e os casos de violência.
As trilhas que a população construiu foramdestruídas e as pessoas passaram a se perder nos caminhos.
As mulheres pararam de ir a cidade ou mesmo de acessar
a chapada para
colher flores, frutos ornamentais e plantas medicinais com medode serem violentadas sexualmente.
(A chegada do eucalipto) Desestruturou toda uma base ancestrale hereditária de conhecimento.
“
- Clebson de Souza Almeida, pesquisador
A retirada e a expropriação do território e da água foi desencadeando muita coisa depois.
“
- Clebson de Souza Almeida, pesquisador
Da Seca à Violência de Gênero: as Consequências da Produção de Eucalipto no Vale do Jequitinhonha