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Backstage Com Juliana Luna: Mudar Nossa Percepção de Valor Para Mudar a Moda

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“Backstage
O Backstage é o podcast do Modefica para falar sobre moda a partir de diversos pontos de vista e para muito além do que vemos nas passarelas, nas revistas, no Instagram e nas manchetes. Sempre com convidadxs especiais contando sua trajetória, e junto com nossa editora Marina Colerato, o Backstage debate indústria, carreira, questões de gênero e raça, temas quentes e futuro da moda. Ouça no Spotify ou iTunes.

 

“É muito importante a gente olhar para a moda como um espaço de expressão eurocentrica”. Juliana Luna esteve com nossa editora para mais um episódio do Backstage debatendo sobre um assunto que segue sendo necessário: a descolonização da moda, das artes, da estética. O papo rendeu uma reflexão sobre a importância de mudar nossa percepção de valor para mudar a forma como criamos, produzimos e consumimos moda.

Luna se encontrou com a moda de forma mais ou menos casual, quando foi estudar Dança na Germaul Barnes Dance company em Nova York. Quando lá, trabalhou seis anos numa loja boutique no Soho, tempo em que foi percebendo como o mercado de moda tem uma capacidade enorme de se apropriar dos saberes das culturas marginalizadas sem dar créditos.

 

 

Por mais de 5 anos, trabalhou ensinando pessoas, principalmente mulheres, a fazer amarrações de tecido na cabeça. Em estilo africano. O Project Tribe foi uma ferramenta de resgate e reencontro não só para Luna, mas para diversas mulheres espalhadas pelo mundo e na diaspora. Nele, o turbante era um acessório de conexão entre mulheres e de expressão da criatividade de cada uma.

Da experiência com o Project Tribe, o papo foi para como podemos sair da categoria  “diversidade” para realmente pensar equidade. Dai, a necessidade de descolonizar a moda e as artes para passar a valorizar as pessoas cujo conhecimento, técnicas e fazeres estão relacionados a todo um ecossistema, tanto natural quanto social, carregados de hereditariedade e noção de preservação, sem a necessidade de terem seus saberes e estéticas “validados” e homogeneizados por um designer ou estilista europeu. Lembrando que inspiração, cópia e cooptação são coisas completamente diferentes e as linhas que as separam não são tênues.

As duas lembraram que, na moda, copiar e chamar de “inspiração” foi sempre muito comum. A exploração intelectual e criativa dos povos colonizados segue em fluxo nos dias atuais. “Os sistemas atuais de reprodução de valor e de troca são todos baseados em práticas opressoras e exploradoras”, lembrou Luna. Esse processo colonial não permite que essas culturas se fortaleçam e levem créditos pelos seus saberes – e economicamente acaba aniquilando a capacidade intelectual e criativa delas.

Pra finalizar, Luna falou sobre a multidisciplinaridade da moda e o processo de ampliar os horizontes por meio do universo do bem estar, do ioga e da autoescuta – e como isso reflete na identidade, expressão e consumo. Dá o play pra começar a descolonizar seu imaginário criativo e ampliar o horizonte com a Luna.

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