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Conheça A Insecta Shoes, Marca De Sapatos Veganos e Eco-Friendly Que Conquista Fãs Por Onde Passa

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  • Marina Colerato
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Não demorou muito para logo depois de conhecermos a Insecta Shoes, marca de sapatos do Rio Grande De Sul, nos apaixonarmos por ela. A Insecta é assim, conquista fãs por onde passa, afinal, é difícil não ser fisgado pelo trabalho de Pamela Magpali e Bárbara Mattivy, fundadoras da marca, que existe desde janeiro de 2014 e tem como base o conceito de upcyling.

Para quem perdeu nossa matéria sobre upcyling, o conceito é simples: reutilizar sem precisar reciclar. E é isso que Pam e Babi conseguiram colocar em prática na Insecta, elas transformam roupas velhas em sapatos novos e exclusivos. As roupas são transformadas no cabedal, ou mais popularmente conhecido como material externo do sapato, de pares novos.

Mas não para por aí, os sapatos da Insecta contam com com solas ecologicamente corretas, compostas por materiais reciclados. Fora isso, a marca é 100% vegan-friendly, ou seja, nada de origem animal é usado na produção dos modelitos, todos únicos e feitos no Brasil de maneira artesanal.

Hoje, no Brasil, a Insecta é uma das poucas marcas que consegue aplicar diversos conceitos éticos em todos os seus produtos. Como podemos imaginar, isso não é nem um pouco fácil, mas é, sem dúvidas, recompensador.

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Em um bate-papo via Skype com a Babi, que mora no Canadá e coordena muita coisa pela Internet, ela nos contou que a Insecta nasceu de uma primeira colaboração entre seu brechó e a marca de sapatos da Pamela. “A collab deu super certo e foi daí que decidimos começar a marca. Eu estava com tudo acertado para vir morar no Canadá, mas conseguimos resolver e ajeitar tudo antes de eu me mudar definitivamente. Nos encontramos no timing perfeito”, conta ela.

Tanto a Babi quanto a Pamela já tinham conceitos de reutilizar e reaproveitar nos seus antigos negócios, mas trouxeram isso para Insecta de maneira ainda mais ousada. “A Pam já trabalhava com excedentes da indústria nos seus calçados, e eu tinha a preocupação do pós-consumo com o brechó, nós unimos essas duas experiências e aprimoramos esses conceitos. Tanto a Pam como eu somos vegetarianas, então temos essa preocupação com o veganismo também”, contou Babi.

As peças usadas são garimpadas no Brasil e no Canadá, desmanchadas com a ajuda de uma costureira, e vão para o ateliê que confecciona amostras de sapatos para marcas maiores e, para a Insecta, produz os modelos exclusivos.

Babi confessa que toda produção é bem trabalhosa: “Garimpar as roupas, achar estampas interessantes, produzir em pequena quantidade, e lidar com o lado ruim de trabalhar apenas com produtos exclusivos: a frustração dos clientes que não acham a estampa desejada no seu número (risos)”, afirma ela.

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Quando perguntamos se rodar uma empresa no Brasil, ainda mais com conceitos tão fortes, é muito complicado, ela afirma que a experiência prévia com varejo e confecção de calçados ajudou bastante: “Fizemos também consultoria com o SEBRAE, uns três meses antes de lançar a marca, e foi muito importante. Mesmo tendo formação em marketing, algumas práticas estavam esquecidas e enferrujadas, então foi essencial esse tempo de preparo”.

Com todo esse trabalho e dedicação dá para entender o porque de, mesmo com tão pouco tempo, a Insecta já ter crescido bastante e estar em fase final para abrir um showroom exclusivo, em Porto Alegre.

“O mercado consciente ainda é nicho, mas está crescendo bastante. Existem iniciativas verdadeiras, e cada vez mais marcas tendo sua linha eco-friendly, então não tem como fugir disso, é uma tendência crescente”, conta ela antes de dizer que o retorno positivo é constante: “Todo mundo ama o sapato e nem sempre sabe da história por trás dele. Quando descobre os princípios todos da marca, abraça ainda mais a ideia e compartilha com os amigos”. E um plus nesse feedback Bárbara garante ser o conforto: “Na foto não dá para transmitir o quão confortável são os sapatos, mas eles são muito confortáveis e as pessoas adoram”, finaliza ela.

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