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Modefica e Georgia Halal falam de Ativismo em Tempos de Pandemia em Novo E-book

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Tudo começou com uma live da Georgia Halal que teve a nossa editora chefe, Marina Colerato, como convidada. A troca de ideias foi ótima e decidimos trazer todo o conteúdo abordado na conversa com um pouco mais de profundidade nesse e-book. Ativismo em Tempos de Pandemia te propõe a pensar a necessidade de mudarmos enquanto sociedade para um futuro justo e mais horizontal.
Esperamos que este e-book ajude a fortalecer seu ativismo enquanto nadamos no caos político atual. Se gostar, compartilha com suas pessoas queridas e marque o Modefica e a Georgia Halal nas redes sociais. Se puder, apoie o Modefica financeiramente para que sigamos fazendo jornalismo independente.

Afinal, com a pandemia do novo Coronavírus, a recomendação é sair de casa apenas para o necessário. Mas bater panela e fazer textão em mídias sociais é suficiente? O que podemos fazer para, realmente, fazer a diferença? Para entender por onde começar e em qual direção seguir, falamos sobre Como Chegamos até Aqui, Necropolítica, Relações ambientais e damos diversas dicas de leitura, vídeos e podcasts para você curtir e aprofundar o debate ao final de cada capítulo.

Do começo

Você sabe o que é ativismo? Nesse primeiro capítulo, começamos explicando que ativismo não é só emitir uma opinião e sim dar preferência a ações concretas e à prática efetiva de transformação. Vamos também explorar as ações anteriores a esse momento. Essa pandemia já havia sido prevista e, pior, as lideranças políticas e empresariais decidiram ignorá-la. E então a onda veio e pegou todos “de surpresa”. Esse cenário nos dá lições incríveis: primeiro, o motivo da inércia está relacionado com o capitalismo global e, logo, esse sistema foi construído com uma ideia errônea de que somos uma coisa e a Natureza é outra.

Reconhecer esse erro é o primeiro passo para reformularmos nossa conexão com a Natureza. O meio ambiente é aqui, é do lixo que jogamos fora, as árvores na vizinhança, ao ar que respiramos, ao alimento produzido na região. A Natureza está presente no nosso dia a dia e chegamos a estas condições porque nossos líderes e gestores públicos e privados se beneficiam desse distanciamento imaginário para influenciar leis e acordos em prol de seus próprios interesses.

O próximo tema segue essa reflexão, fazendo a ligação entre questões ambientais e sociais. Você sabia que Meio Ambiente tem tudo a ver com a Pandemia? Todo mundo sabe que vai acontecer, mas ninguém está realmente fazendo algo de fato. Por exemplo: o desmatamento da Amazônia cria ecos em diversas instâncias, como na piora na qualidade de vida das populações locais, aumento de emissões de GEEs, conflitos de terra, contaminação dos rios. No entanto, grandes setores de commodities ainda apostam na derrubada de floresta primária para a construção de pastos e monoculturas – para seu enriquecimento.

O capitalismo gera epidemias

Seguimos o fio com a temática da Necropolítica: termo cunhado pelo filósofo e historiador Achille Mbembe, que se refere à destruição material dos corpos e populações humanas julgados como descartáveis e supérfluos. Um governo negacionista ambiental, que ignora a ciência, se coloca como máquina de aniquilação de pessoas que não servem ao capital e à reprodução do capital.

A necropolítica e as questões climáticas são complementares: frente ao colapso climático, que demanda uma série de ações para mitigação e contenção de danos, tanto o negacionismo quanto a inércia disfarçada se tornam instrumentos de aniquilação de pessoas, vistas pelas elites políticas e econômicas como inconvenientes. Já os efeitos das alterações climáticas ameaçam prioritariamente as pessoas não-brancas e pobres (em sua maioria, mulheres).

Exemplificamos esse termo em questões reais, desde um estudo, feito em 2012 pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que revelou que o Nordeste será a região mais afetada pelas mudanças climáticas, até a retirada de comunidades quilombolas de suas terras, agora, no meio da pandemia. Essa crise nos possibilita ver claramente as demais crises sociais que se emaranham na sociedade. A disparidade de privilégios nunca foi tão clara.

Como se movimentar?

Chegamos, então, à questão: como se organizar? Por onde começar a se informar? Como tirar essa ânsia e desespero em ver tanta notícia ruim acontecendo? Primeiro, lembre-se que você não está sozinho(a) nessa, existem diversos “heroínas e heróis sem capa”, fora dos holofotes da mídia, fazendo o bem e precisando de uma ajudinha pra “engrossar o caldo”.

Nossa dica é avaliar a energia e tempo que você tem disponível para doar e entender quais grupos, coletivos, associações te trazem um senso de pertencimento, de respiro, da certeza que algo está sendo feito. Aprofundamos aqui 5 dicas para te guiar e inspirar:

1. Se politize e ajude a politizar os outros
2. De olho no Congresso
3. Siga personalidades que falam
4. Se envolva com coletivos e projeto
5. Trabalhe em cima da realidade posta

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Jornalismo ecofeminista a favor da justiça socioambiental e climática

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